terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reaprendendo a amar




Perdi o manual! Esqueci as regras. Alguém pode lembrar-me? Não foi muito difícil desaprender. Bastaram algumas decepções, algumas lágrimas e lá estava eu. Longe, muito longe de tudo aquilo que preguei. Caminho com a insensibilidade, o franzino e apaixonado se perdeu na encruzilhada da desilusão. Não se trata de perda de valores, também não sei se pode ser enquadrado em amadurecimento, o fato é que a mudança foi instalada. Mudou-se então toda a configuração, HD, memória agora tudo é novo. E já não sei lidar com os novos programas, não entendo os mecanismos. Tudo que percebo é que estou extremamente racional.
Em qual arquivo se perdeu meus sentimentos, minha sensibilidade?  Qual vírus foi responsável pela perda total de alguns ideais? Em qual gaveta deixei o manual? Preciso encontrá-lo ou ficarei perdido vendo minha vida passar na tela de um computador super potente.
            Esqueci como era amar. Esqueci como era o amor. Lançarei no chão a nova máquina. Voltarei ao velho papel e caneta. Vou reescrever o amor, reinventar o que sou, me jogar de cabeça na tempestade do mar, vou reaprender a amar. 

Jacques Manz 

2 comentários:

gilmar disse...

Jacques,

Meu caro, um belo dia descobrimos que o amor e a paixão estão em nós e não em outrem. Quantos têm capacidade de amar tão "de peito aberto" como os poetas, os sensíveis e os apaixonados...
O personagem de "reaprendendo a amar" se esquece que neste louco mundo poucos têm o dom de amar profundamente. Ele já ama. Assim, são os outros que precisam desse aprendizado, afinal...
"Os apaixonados voltaram ao jardim do paraíso, provaram da árvore do conhecimento e agora sabem"
Lygia Fagundes Telles (A Disciplina do Amor).
Um abraço,
G.T.

Jaques Manz disse...

Prof. Gilmar

como é fantástico ter sua visita aqui...e ainda com essas palavras fantásticas.

saudade

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