segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Entre pecados e batinas


Minha vontade é maior
Que suas preces
Reze para eu sumir
E aparecerei em seus lençóis
Pelado, quente, suado
Querendo amar...
Feche os olhos,
Peça que sejas livre de tentação
E rasgarei sua batina
Passearei por seu corpo virgem
Tocarei cada parte
Como quem toca o céu
Sinta prazer em mim
A malhação vespertina
Eu suado miro-te
No reflexo do espelho
Você sorri
Como quem quer,
Como quem me deixa confuso
Não desisto.
Entre pecados e batinas
Meu coração bate
Entre desejos e cismas
O corpo arde
Coloca-me em teu altar
Sou teu anjo
Teu deus
Sonho e vejo o invisível
Amo, ainda que impossível.


            Jacques Manz

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mãos




Mãos de fada
Aladas
Traquinas
Mãos caladas
Danadas
“Malinas”.
Pintam o céu
Levam-me ao inferno
Cantam com véu
Rasga-me o terno
A alma.
Venda-me os olhos
Oculta-me os segredos
Assusta-me no escuro
Enche-me de medos.
Mãos que falam
Que dançam
Que gozam
Mãos que riem
Que machucam
Que choram.
Que lágrimas
Que sorrisos
Que lástimas
Que paraíso...
Mãos de padres
Mãos de putas
Mãos covardes
Mãos astutas
Que batem
Que consolam
Que ferem
Que assolam
Mãos que oram
Que erram
Que pecados
Que amados
Mãos que rimam
Que ensinam
Que aprendem
Que se desprendem
Mãos que enrugam
Que experiências
Que madrugam
Que dormência
Mãos que dormem
Que vivem
Que morrem...

                        Jacques Manz

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Lançamento do LIVROOOOO



      Mais um sonho realizado:  vamos comprar o livro galera!!!!

     Jacques Manz

sábado, 8 de janeiro de 2011

Passos tortos



Passos tortos
Cambaleantes
Leva-me não sei onde
Nós que amantes
Sempre andamos juntos
Nos perdemos.
Como um diamante
Escondido na rocha
Eu garimpeiro
Sou mineiro uai
Nada acho
Não me acho
Perco você...

Passos tortos
Destoantes
Caminhei em terra estranha
Provei comida nova
Esqueci minha essência
Engasguei com minha demência
E não soube como voltar.
Uma noite de jantar
Por uma vida inteira de fome
Nem lembro seu nome
Sei que amei
Sonhei
Parei...

Passos tortos errantes.

                Jacques Manz

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Gozo



Corpos coloridos
Unidos
Munidos
De desejo
Num beijo
Te deixo
Louca
Rouca
Sem roupa
Sem ação
Paralisada
Definhada
Lesada
De amor
De horror
Ardendo
Gemendo
Suando
Colando
Em mim
Em meus gritos
Nos agitos
Da cama
Da rede
Da fama
Da sede
De mais
De recomeçar
De sair
De entrar
Acelerando
Parando
Acabando...
... Gozo

                                  Jacques Manz

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Amando Sophia...



O infinito está limitado a sua grandeza.
E meu pensamento limitado em não saber onde essa grandeza acaba.
Existe morte após a vida...
Estamos mortos ou vivos?
Aqui é mesmo o lugar da vida?
Ou da regeneração?
Tudo começa ou acaba aqui?
Ou aqui é uma transição
Entre o “eu não sei”
E o “eu acho que”
Tangenciado pelo “talvez seja”?
Saio das minhas certezas
Admiro de longe
Sou o reflexo do que não sei
E a certeza do que vou aprender.
Volto a minha limitação
E minhas perguntas são muito mais astutas
Que as respostas.
Vim de algum lugar
Vou para algum outro
Não quero saber onde.
Senso comum
Filosofia
Mito
Magia.
Verdades derrubadas
Mentiras permitidas
Penso, logo existo
Não estou certo do que penso
Logo, semi-existo
O que me faz pensar?
Amar?
Guerrear?
Matar?
Traga-me a felicidade
Preciso amar Sophia
Nunca estivemos tão infelizes.
Nunca negamos tanto a filosofia

                                                          Jacques Manz

Amando Sophia

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Foge, foge com o super man


Quem teve o privilégio de desfrutar o fim de ano numa cidade de praia com certeza viu dezenas desse estereótipo. É o ápice da vaidade masculina que chamou muita atenção nas areias. Já escrevi anteriormente que não somos frutos do fordismo, ou seja, não somos produtos feitos em série. Mas, hoje não tenho tanta certeza disso, porque a moda ditou, e estamos lá todos iguaiszinhos.
O estereótipo em questão é uma mistura de homem com super herói. Geralmente com corpos esculturais proveniente de muita malhação e medidas narcisistas em frente ao espelho da academia já proporciona um ar de superioridade, mas ainda está muito humano. Então, coloca-se uma tatuagem que toma geralmente uma parte de um dos braços e para chamar ainda mais atenção uma corrente de prata grossa e a sunga mais chamativa possível. O super herói está completo.
Eu sou gostoso. Grita o meu ego numa rodinha de futebol com iguais ou caminhando pela praia cumprimentando a todos como os políticos em época de campanha eleitoral.
Não teve espaço para magrinhos nem para gordinhos. São os super man que elas querem. Desta forma, “foge, foge mulher maravilha, foge com o super man”. Na minha percepção esse estereótipo está tão longe do ser humano comum que ao olhar para eles sinto como se eles não tivessem sentimento, como se fossem inabaláveis, indestrutíveis.
Outra curiosidade fica por conta dos adolescentes que já começaram a aderir à moda, mas ainda não tem independência para “mofar”. Assim, as correntes de prata são mais finas, as tatuagens no braço são de rena, o corpo ainda em processo de desenvolvimento.
Se não bastasse todos os acessórios para chamar atenção, os super man estão cada vez mais feras nas “dancinhas” de verão. Eles rebolam de com força, fazem coreografia coletivas, geralmente com uma caneca de cerveja na mão, pois o super man não bebe direto na latinha.
Até onde isso tem afetado a masculinidade dos “super men” que agora prestam muito mais atenção no corpo do outro com análises comparativas? A vaidade masculina ali palmo a palmo, quiçá superando a vaidade feminina.
Foge, foge mulher maravilha...
Foge, foge DO super man...

                                             Jacques Manz

domingo, 2 de janeiro de 2011

Mundo você e eu...



Uma luz
Um lago verde
Uma cruz
Muita cede
Muito cedo.
Uma canoa
Uma oca
Uma lagoa
Não me toca
Não me ataca.
Uma ilha
Um ilhéus
Uma milha
Vítima e réu
Eu ilhado ao leu
Me condena
Me comanda
Me desvenda
Me debanda
Me desnuda
Faz-se muda
Muda minha história
Minha vida
Minha concepção de amor
Faz-se cega
Ensina-me a caminhar
Na escuridão
Leva-me à luz
Brilha em mim
Brilha no céu
Me conduza
Me abduza
Para seu mundo
Para o mundo só meu
O mundo
Você e eu.

                                             Jacques Manz