sábado, 30 de julho de 2011

[Você]




Caminhos incertos
Labirintos que me confundem
Seus olhos.
Encruzilhada maldita
Dúvida que me instiga
Seu sorriso.
Cilada que me convida
Pecado que me seduz
Seu cheiro.
Praga que desejo
Forca que me chama
Seu corpo.
Começo proibido
Final previsível
Suave libido
Veneno destrutível...
                          [Você]

Jacques Manz

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Alguns pensamentos...

A ponte e o rio: você pode até estar por cima, mas não sai do lugar, e eu mesmo por baixo sigo constante em direção ao mar...(Jacques Manz)
Alguns pecam pela inércia, outros pecam por excessos...eu peco pelo equilíbrio, tentar a medida certa é meu pecado. (Jacques Manz)
Não sei se parto para o Oriente ou para o Ocidente...Parto-me na dúvida e na solidão de andar sem direção (Jacques Manz)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Noite fria



Noite que me traz a inspiração, leve-a de volta. Destituir-me-ia dos privilégios da oratória para contemplar a glória. E, a gloria não é amar, não é ser amado, é a reciprocidade das ações.
Cansei-me das palavras ao vento. Cansei-me das rimas ao luar.  Regressar-me-ei ao minimalismo, invaginar-me-ei ao intimismo simplório de lendas e quimeras, num faz de conta que nada sei... Que não sei do amor, que não sei da dor, que não sei dessa madrugada fria, que me traz a inspiração mas, algema-me na solidão.


                         Jacques manz

terça-feira, 5 de julho de 2011

Avesso



Silêncio sinfonia
Cubra-te de nuvem
 Céu azul.
Desafina melodia
Murche rosa
Vermelha
Feroz brisa do sul
Ácido mel de abelha
Há beleza no inverso.
confesso...
Revolta-te mar
Escureça lua
 Paro de beijar
Vista-se pele nua
Há beleza no recomeço.
 reconheço...
Desfaleça-te mão
Apaga-te sorriso
Gelo de vulcão
Monotonia no paraíso
Há beleza no avesso!
...esqueço
Volte tudo ao normal


                                     Jacques Manz



sábado, 2 de julho de 2011

Segunda morte



 
Sou alma cremada
Dessas ao pó
Não fora jogada ao mar
Nem num belo jardim.
Sou alma cremada
Dessas às cinzas
Ninguém chorou
Ou me pediu perdão.
Ao corpo incinerado
Resta a alma
À alma cremada
A segunda morte.
Que ninguém vê
Ninguém chora
Ou leva flores.
Sou alma cremada
Dessas aos cacos
Aos cacos?
Alma de vidro
Que você fora transpassar
E quebrou
Mas, tudo que viram
Foi você sangrar...

                                         Jacques Manz