terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A nota é dó




A nota é dó...
a música é sol
a melodia reluz afinada
a harmonia é arrítmica
o vocalize arrepia
o vibrato denuncia

gemidos em segunda voz
sou back, estou back
atrás de uma trilha sonora
que eternize o tom...
tom azul
tons azuis
Blues music
que dê conta da tristeza
da nota dó em mim
dó de mim
solando
só lamentando
na música só...
só a própria sorte!

                                 
Jacques Manz 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Beirando a loucura...




Fazendo um "tour" por meus pensamentos
Revisitando paisagens coloridas
Fotografei o silêncio de lembranças mudas
E, fora revelado um grito contido
Era você! Jurei ter te esquecido.
Mas, na verdade apenas calei-te
Para proteger minha memória
E, preservar minha sanidade mental 

                                               (Jacques Manz)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Choro...



Uma lágrima de vinho
caminho vermelho em minha face
choro embriagado
taça num enlace
soluço alcoolizado...
Se chorei vinho
é porque bebi lágrimas
engoli todas, dose salgada
caminho vermelho meu disfarce...

                                                     JAcques MAnzz

sábado, 24 de dezembro de 2011

Quando menino




Quando a pureza era amiga
cantava para me fazer sonhar
com um mundo de brisas e marolas
queria pensar como o vento
que passa sem pedir licença
apenas passa...

eu não passei
a pureza passou...

                               Jacques Manz

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Sou Rio



Sou rio...
...SOU FRIO
NA DESEMBOCADURA
VAZANTE QUE PULSA
SANGUE.
MEANDROS QUE CONTORNAM
PENSAMENTOS.

...SOU RIO

...NO CIO
ERODINDO A ROCHA
PENETRANDO OS CAÑOS
MARGENS QUE ME SEGUEM...
...AS LEMBRANÇAS
LEITO QUE DESÁGUO...
...SEU CORPO.
SALGADO
SUADO
DEVORANDO MINHA DOÇURA
ÉS MAR
ÉS MÁ
ENGOLE-ME EM SEGUNDOS
ESTOU DENTRO DE TI.

...SOU RIO
NASCENTE
DEMENTE
NASCIDO NAS ALTURAS
CORRENDO PARA TE ENCONTRAR
PERDIDO NA GRANDEZA DO MAR...

                                        Jacques Manz


Último grão de areia




MINHA AMPULHETA ACABA DE DERRAMAR O ÚLTIMO GRÃO DE AREIA
TEMPO ESGOTADO...
ESTOU PRONTO!
VIRE AMPULHETA..(RE)COMEÇO
...ESTOU PRONTO PARA AMAR! 

                                         (JACQUES MANZ)

Todo seu...



sou seu...
como o sol é do céu,
como as estrelas são do infinito,
como a lua é de Jorge,
como as palavras são da poesia
como a rima que faltou
porque busco na ausência dela - do óbvio...
...revelar-me (Jacques Manz)

sábado, 15 de outubro de 2011

Papo com o DESTINO


Oh Deus das vidas alheias! O que esperas de mim? Sou assim, tão pequeno diante da sua grandeza. Sou mesmo tão prematuro diante de suas certezas. Nunca fui dono de mim, nunca respondi as perguntas mais singelas, pois elas eram questões de múltipla escolha, onde a alternativa certa só você tinha. O que começo, está rapidamente a se desfazer.  Aquilo que nunca almejei flui como rios ferozes, pois assim é sua vontade grande mestre. Quando olhará para mim como um ser que busca no amor a certeza de uma vida melhor? Quando sentirás que minhas palavras gritam o passado, o presente e o futuro que eu sonhei e sonho em construir? Permita mestre das certezas que eu ponha meus pés no chão e escolha um caminho. Permita-me correr entre os perigos que elevam minha adrenalina. Permita-me passear por abismos sem fim, mas não determina minha sorte como se eu fosse um jogo milionário acumulado. Oh soberano de minha vida, não desejo mais adorar-te, não mais rendo a ti a colheita sacrifício de minhas mãos. Minhas primícias não serão mais queimadas a ti. Tu que tudo sabe que tudo decide que tudo determina. Adorarei aos demônios das incertezas, das dúvidas, das angústias de não caminhar rumo ao provável. Quero ser resultado das minhas escolhas torpes, das minhas frustrações, pois, elas serão minhas. Mas, nem isso tu permites, não posso chorar lágrimas das minhas desilusões e sim das suas. Vivo uma novela que todos sabem o final. Vivo um jogo onde já se conhece o ganhador, tudo já está detalhadamente pronto como num fast food. Quero acordar e não dá bom dia, quero ir trabalhar por outro caminho, quero não ir trabalhar. Eu quero pegar meu carro a 200 km/h e voar rumo aquilo que não está no meu roteiro diário monótono. Eu quero escolher sofrer pelo amor que sonhei não me prive as lágrimas nas madrugadas frutos das dores que optei viver. Deixa-me pintar o amor com as cores nada a ver, pois estas para mim fazem sentido. Deixa-me desafinar a canção que criei com meus acordes limitados. Pois, se para mim estás reservado sofrer para traduzir aos outros, palavras que as façam se perceber no espelho, ou se eu estou fadado às poesias vivas das minhas lástimas para ajudar outrem, peço demissão, desço do pedestal da bondade construído para ser minha morada. Que cada um seja deus de suas dores, das suas escolhas, das suas rimas, das suas histórias e que essas histórias sejam enredos criados por cada ser-autor com o início, meio e fim que este desejar.

                                                                                                                       Jacques Manz

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Colcha de amores

Quando invisível fui solidão
minhas pegadas não deixaram rastros
quis perder-me no caminho
mas, todas as alternativas me levavam a você.
Agora costurando amores
retalhos coloridos
alfinete que me espeta os dedos
faz sangrar a criatividade
respingando na alma sem cor
aquecida pelas cores
da colcha de retalhos
soma de pequenos amores.
                                        (Jacques Manz)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Real Abstratificado

 
Quando o real se “abstratificou”
Evaporou o vinho seco
No painel molhado e tinto
Espumantes pintados
Com bolhas de ar rarefeito.
Uma taça de porto no vácuo
Onde os amantes gemem
Sem ser ouvidos
Eu te amo no silêncio
Das ondas que não se propagam.
                                        Jacques Manz

sábado, 20 de agosto de 2011

Cacto...



Se dormir flor, acordei cacto...
Pegue-me, sinta meu cheiro que causa dor.
Sou atrofiado na beleza de seduzir
Mas, esperto na arte de defender-me
Evoluído geneticamente
Involuído para amar
Sou saldo positivo

Porque no final queremos mesmo é sobreviver.

 
Jacques Manz

sábado, 30 de julho de 2011

[Você]




Caminhos incertos
Labirintos que me confundem
Seus olhos.
Encruzilhada maldita
Dúvida que me instiga
Seu sorriso.
Cilada que me convida
Pecado que me seduz
Seu cheiro.
Praga que desejo
Forca que me chama
Seu corpo.
Começo proibido
Final previsível
Suave libido
Veneno destrutível...
                          [Você]

Jacques Manz

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Alguns pensamentos...

A ponte e o rio: você pode até estar por cima, mas não sai do lugar, e eu mesmo por baixo sigo constante em direção ao mar...(Jacques Manz)
Alguns pecam pela inércia, outros pecam por excessos...eu peco pelo equilíbrio, tentar a medida certa é meu pecado. (Jacques Manz)
Não sei se parto para o Oriente ou para o Ocidente...Parto-me na dúvida e na solidão de andar sem direção (Jacques Manz)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Noite fria



Noite que me traz a inspiração, leve-a de volta. Destituir-me-ia dos privilégios da oratória para contemplar a glória. E, a gloria não é amar, não é ser amado, é a reciprocidade das ações.
Cansei-me das palavras ao vento. Cansei-me das rimas ao luar.  Regressar-me-ei ao minimalismo, invaginar-me-ei ao intimismo simplório de lendas e quimeras, num faz de conta que nada sei... Que não sei do amor, que não sei da dor, que não sei dessa madrugada fria, que me traz a inspiração mas, algema-me na solidão.


                         Jacques manz

terça-feira, 5 de julho de 2011

Avesso



Silêncio sinfonia
Cubra-te de nuvem
 Céu azul.
Desafina melodia
Murche rosa
Vermelha
Feroz brisa do sul
Ácido mel de abelha
Há beleza no inverso.
confesso...
Revolta-te mar
Escureça lua
 Paro de beijar
Vista-se pele nua
Há beleza no recomeço.
 reconheço...
Desfaleça-te mão
Apaga-te sorriso
Gelo de vulcão
Monotonia no paraíso
Há beleza no avesso!
...esqueço
Volte tudo ao normal


                                     Jacques Manz



sábado, 2 de julho de 2011

Segunda morte



 
Sou alma cremada
Dessas ao pó
Não fora jogada ao mar
Nem num belo jardim.
Sou alma cremada
Dessas às cinzas
Ninguém chorou
Ou me pediu perdão.
Ao corpo incinerado
Resta a alma
À alma cremada
A segunda morte.
Que ninguém vê
Ninguém chora
Ou leva flores.
Sou alma cremada
Dessas aos cacos
Aos cacos?
Alma de vidro
Que você fora transpassar
E quebrou
Mas, tudo que viram
Foi você sangrar...

                                         Jacques Manz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Plantando e colhendo


             Era uma pequena semente. Tão frágil que decidi guardá-la no fundo do quintal. Abri um buraco no chão e a coloquei. A semente que tu me destes na despedida dizendo: Tentei plantá-la em ti, mas és terra árida, guade-a e lembre de mim quando germinar.
            E, assim, você foi embora. Hoje surpreso no amanhecer, chorei. Ela cresceu, me destes a semente do amor e cada folha me faz lembrar você. Não espero que ela seja como o pé de feijão de João e me leve ao céu, desejo que ela cresça em sua direção só assim poderia te reencontrar.

Jacques Manz

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ajoelhado no milho...


Sabugo andarilho
debulhei-te para meu castigo
degustei do bolo
ajoelhado no milho.
Tornei-te vários
inimigos amarelos
Rezo ajoelhado
Completo meu flagelo
Sangra-me
projeto de araponguinha
Preparo-te a fogueira
aos montes serás pipoquinha.
Pula milho
Salta de alegria
 Puta do Filho
investa-te por magia.
Rezo de joelhos
Sangro de Joelhos
 alimento de ovelha
grão de centelha
queima-te eterno
no fogo do inverno. 

                                                  J
                                                               Jacques Manz









terça-feira, 21 de junho de 2011

Paradoxo




Claro, escuro
contrários
Reto, obtuso
adversários
Inferno, paraíso
imaginários
Doce e acerbo
avesso
Magma e gelo
acesos
Rock e Samba
lá, lá, BAMBA.

Amor e você
antagônicos
Eu e humor
irônicos
Você e eu
Platônico...

                     Jacques Manz



domingo, 19 de junho de 2011

Fada cangaceira...

Castelos de pau a pique
Água de cacimba
Conto nordestino
Jardins de caatinga.

Príncipe no jeguinho
Sopa de palmas
Bravo sertanejo
Alimenta tua alma.

Rega o solo seco
Com lágrimas cristalinas
Coloca pedras de gelo
No sol que arruína.
Fada cangaceira
Alarga-te o sorriso
Desdentado Agripina
Rosto enrugado
Heroína, heroína...

E foram felizes para sempre?

                                                   Jacques Manz

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Game over




Quando parque,
Usastes...
Quanta diversão!
Eu, roda gigante,
Girava sem rumo,
Desconsertado sem prumo.

Quando circo,
Ristes...
Gargalhadas em explosão!
Eu, palhaço,
Mantinha o sorriso letal,
Enquanto a farsa era natural.

Quando teatro,
Admirastes...
Olhos de cobiça-tentação!
Eu, ator-cenário,
Rindo pra não chorar,
Entregue a ficção, fingindo não amar.

Quando jogo virtual
Perdestes...
Cara de decepção!
Eu, hacker do amor,
Desprogramando o que se vê,
Game Over pra você.

                                       Jacques Manz




quarta-feira, 15 de junho de 2011

AGRADECIMENTOS



É com muita emoção que vos apresento essa figura. Eu que aqui sempre expressei meus sentimentos e me deliciei com alguns poucos comentários, tive uma grande surpresa. Ontem resolvi utilizar a ferramenta estatística do blog, onde é apresentado as vizualizações (diárias, semanais, mensais e desde a criação do blog) tanto nacionais, quanto mundiais. E meus olhos se encheram de lágrimas ao me deparar com esses resultados. Eu estava sendo lido. Não era uma voz que clamava no deserto. Estou sendo acompanhado por você leitor. Então, quero agradecer aos meus amigos do Brasil e do mundo, e também àqueles que eu não conheço, que eu não sei o nome e nunca vi a face, mas que agora eu sei que existem. Saibam que sou profundamente grato por fazer de alguma forma parte de suas vidas.

                                                                Jacques Manz


Cozido...




Linha e agulha
Batata cosida
Água e fagulha
Roupa cozida
Costuro vegetais
Cozinho roupas
Pontos de cruz naturais
Ensopado de tocas
Ligo-me a batata
Desligo-me das roupas
Nu sobre a terra
Tubérculo de força
Eis que sustento o corpo
Batata da perna
Capa me cobre torto
Debaixo da caverna
Se batata
Frita
Se batata
 Purê
Costuro minha vida
Para o tempo não cozer.

                                                     Jacques Manz

Boneca de trapo



Rasga-me à roupa, pois me deixastes aos trapos. Eu que um dia fui boneca fina, virei fantoche e, hoje sou remendada como a Emília. Cada recorte, cada retalho, representa a soma dos pedaços deixados pela destruição de suas mãos. Perdi alguns pedaços de mim, hoje não tenho coração. Para que fosse possível a reconstituição, pedaços foram costurados em pontos errados, sinto-me um Franksten. Meu pulmão está nos rins, hoje não sinto seu perfume, ele é filtrado e excretado. Meu estômago hoje é fígado, tudo que alimentei de você, deu-me de herança uma cirrose hepática.  Minha mente está no intestino delgado, você é tudo que lembro e você está na merda. Minhas mãos são pés, chuto-te num abraço. Um trapo, feito de restos, de farrapos. Agora, largada aqui nesta loja de brinquedos velhos, vejo a vida passar. Todos os dias são lançadas milhares de bonecas. Quem se lembrará de uma boneca de pano? Certo domingo passou na loja uma moça. Não era bonita. Entrou na loja chorando, prestes a se tornar uma boneca de trapo. Ela pegou-me e disse:
- Nossa, como você é feia!
Uma lágrima caiu dos seus olhos vermelhos e completou.
- Mas, você é diferente. Gostei de você.
Ela comprou-me com poucas moedas. Colocou-me nome, a saber, Amor. Deu-me banho, sequei por horas no varal pendurada pelos cabelos. Colocou-me num vestido rosa lindo, igual aos das princesas. Ela dorme comigo todos os dias, bem agarradinha. Sempre me dá um beijo de boa noite...

Ter o amor por perto é uma questão de escolha. Algumas pessoas optam por maltratá-lo e deixá-lo num canto pegando mofo.  Outras pessoas, aquelas que não se importam com as aparências, e que sabem o sentido de amar, zelam, cuidam e tornam o amor o centro das atenções.
Quantas bonecas de retalho tu já produzistes? E quantas bonecas de pano tu já recuperastes?
Hoje sou casada com ela. E, eu “Amor” e ela “Dedicação” andamos sempre juntas.


Jacques Manz

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Embriagado




 Um gole de vinho
Numa taça de coragem
Amores secos
Sentimento branco
Insosso
Desejo tinto
Espumante
Embriago-me
Bebo-te
Engasgo-me

                                                      Jacques Manz

Quase existi...


Plantei mas não colhi
Seca que me devastou
Brotei mas não flori
Calor que me desfigurou
Chorei mas não sorri
Lágrima que regou
 Sonhei mas não vivi
Realidade que me privou
Quase existi...

                    Jacques Manz




domingo, 22 de maio de 2011

Minha estrada



Ando numa estrada com buracos e precipícios. É minha estrada. Bom seriam asfaltos e sinalizações. Mas, não seria minha estrada. O caminho que percorro não é mais fácil nem mais difícil, é o meu caminho. Nele sinto a terra, as poças d’águas em dias chuvosos. Não corro a 120 km por hora, mas pacientemente percebo cada árvore que passa, cada pássaro que voa rapidamente, cada borboleta semeadora. A poeira que deixo para trás faz com que eu me esqueça do que passou e olhe somente para frente. Minha estrada é simples, é primitiva, é singela, é ecologicamente correta.  Demorei a entender, sonhei com tantos caminhos diferentes, mas ela estava sempre ali me conduzindo a lugares incríveis. Experiências fantásticas foram vividas e muitas virão. Enfim, aprendi a percorrer meu caminho.  

Jacques Manz

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu acredito no amor

 


Eu acredito no amor. Não o amor que todo mundo acredita. Mas, eu acredito. Ele não é cor de rosa. E, nem traz somente a felicidade. Ele é um misto do que eu sonhei com o que eu repudio. Muitas pessoas estão sozinhas hoje por pensarem que o grande amor da sua vida nunca as fariam chorar ou sofrer. Aprendi a separar o amor da perfeição. Porque o amor vem de uma fonte de águas nada cristalinas, o ser humano. Altamente paradoxal, o amor vem de mim que sou imperfeito e por que este seria? E, por que esperar isso do outro? Quantas vezes já ouvi dizer que quem ama não trai. Não existe relação entre amor e traição. Eles não são nem diretamente nem inversamente proporcionais. Essa relação simplesmente não existe.  Não acredito num amor que segue regras, que se aprende num livro de auto-ajuda, ou sei lá onde. Ou se ama ou não, sem rituais, sem preparativos, sem comparações, sem lógica e não necessariamente ilógico. Também não acredito num amor unilateral, sem interesse, cego. O amor enxerga muito bem e, se não somos amados, em pouco tempo deixaremos de amar, porque a vida segue e não vou virar monge por isso. Algo de interessante deve ter na pessoa, beleza, inteligência, carisma, estabilidade, que proporcione segurança, alguém que o papo seja agradável, ou seja, aquilo que eu gosto de falar. Ele pode durar uma semana ou a vida toda. Por que separamos a paixão do amor? Como se a primeira fosse algo explosivo e passageiro e este fosse o equilibro e o eterno? É tudo a mesma coisa. Só que uma hora acontece de uma forma e outrora doutra. Viveremos uma vida inteira para descobrir que não acharemos o amor eterno, ou ao menos o eterno que imaginamos aquele que dura até que a morte separe. Pode ser eterno, mágico, lindo durante 5 minutos porquê não? Cabe a cada um eternizar o que acha merecedor. Eternizei todos os meus amores, e não foram poucos. Cada um de um jeito, cada um com um sentimento ou ressentimento. Sei ainda que irei amar, e errar, e chorar, e sorrir, e viver, e viajar e tirar fotos e colocar num site de relacionamento com a frase “você me completa” ou “meu dia é melhor com você” ou qualisuer dessas frases prontas que quando se ama ridiculamente não se percebem.
Tem alguma novidade no amor? Tudo se repete de forma bem previsível, muda-se apenas a intensidade. Seja da troca que se estabelece, do grau de afinidades e interesses e do tempo que se gasta na brincadeira. Certa feita disse: não existe amor de verdade, todos são de mentira e dura o tempo necessário para a mentira perder a graça. Não sei se mudo de idéia, mas adoro viver essa mentira seja por um dia seja por um ano, e eu não vou lembrar do passado, de tudo que vivi nas relações anteriores e o pior vou achar que cresci com minhas experiências anteriores. Até que receberei a rasteira ou darei e chorarei ou farei alguém chorar como se fosse à primeira vez. Visão pessimista do amor? Sou mal amado? Pode ser, mas esta não é uma receita. É a forma que vejo o amor e espero que você veja de forma diferente quem sabe saiamos da rotina carimbada do ciclo vicioso de amar, se frustrar, chorar, e amar de novo. Eu acredito no amor.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Santo eu



Santo Antônio
Santo do casamento
Rezo-te para aliançar-me
Clamo-te pelo tormento.
Cerra-te os ouvidos
Não castiga-me
Realizando meu xingamento
Santo Antônio
Santo do casamento
Rezo-te para livrar-me
Cala meu lamento
Abra-te os ouvidos
Não esqueça-me
Ao vento.
Santo eu
Rogo-me a mim
Elevo-me ao altar
Comando-me a mim
Venham me adorar
Seja feita minha vontade
Novena de meu querer
Sou dono do meu destino
Se caso ou me arruíno
Não sou fantoche do viver.


                                                      Jacques Manz

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para: Não se fazer entendido



Esfera magna
Púlpito algoz
Câmara de estrelas
 Cometa feroz.
Apoteose celestial
Ladrão de anéis
Eclipse bestial
Rebaixo-me a teus pés.
Âmago da dor
É coração demente
Amargo de sabor
De saber ausente.
Transcendente clausura
Aboca-me numa esfinge
O que é, o que é...
Carcinoma de laringe
Canto com dor
Conspiração cadente
Sorriso de horror
Constelação incipiente
Quimera astuta
Você perfeita
Realidade fajuta
Você eleita
Deleita-te entre os astros
Sou o nono rebaixado
Faz-me asno
Ínfimo apaixonado.

                                                  Jacques Manz

domingo, 8 de maio de 2011

Resta Um

O tabuleiro não era tão grande assim, mas éramos muitos. Todos muito apertados, cara a cara. Todos como mesmo uniforme, até parecíamos do mesmo time. Então, começou a eliminação. Sem dó peça por peça ia desaparecendo. Até que duas peças chegam ao fim. Sim, éramos você e eu. Dentre tantos atores agora estávamos ali, sozinhos, um de frente para o outro. É minha vez de jogar e, desculpas, mas elimino você.
Certamente essa não era a primeira vez que eu estava jogando. Oh céus! Quantas vezes fui eliminado no começo do jogo, no meio e naquele momento mais cruel onde restam somente dois e, ainda assim, o jogo acabara de forma cruel.
O amor é um jogo de resta um e sempre sobrará o mais esperto. Aquele que elimina, que faz sofrer, que não se entrega facilmente. Aprendi no grande tabuleiro da vida que milhões de pessoas estão próximas, todas querem amar e ser amadas, contudo, um será o soberano. Num casal os componentes não amam de forma igual. Sempre haverá o que está por cima, ou seja, aquele que tem o poder, a chance de eliminar. E, conseqüentemente aquele que vai ser eliminado na última jogada, vai chorar e vai sofrer por ter ficado no quase.
Resta um...
Dessa vez eu reino.
Reino só no tabuleiro.

                                                                                                     Jacques Manz