quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CORRUPÇÃO...


Vários são os significados empregados para se definir a corrupção. “Corromper” pode significar: perverter física ou moralmente, alterar, adulterar, subornar, entre outros. Todo o ser humano está sujeito à corrupção. No entanto, quando falamos em corrupção lembramos imediatamente dos políticos. Sem dúvida a política oferece ao indivíduo, inúmeras e tentadoras oportunidades de corrupção. Mas, não é esta corrupção que pretendo abordar. É com muita tristeza que trago à luz as evidências de corrupção nos mais diversos setores da sociedade.  Ninguém está imune, nem o médico, nem o advogado, nem o policial, nem o professor.
Começando pelos policiais, são vergonhosas as cenas que assistimos diariamente nos telejornais. As críticas resultaram até em famosos filmes. Segundo a Ouvidoria da Polícia de São Paulo houve um aumento de 72% nas denúncias de corrupção envolvendo policiais civis e militares do Estado em 2009 (192 reclamações) em relação a 2008. A Polícia Civil teve mais queixas sobre corrupção - 109 contra 68 da Polícia Militar. Quais os motivos que levam alguns profissionais desta classe a se corromper? A vender suas armas para bandidos? Ainda segundo esse relatório, as principais reclamações referem-se a tráfico de drogas (47%), ameaças (13,89%), abordagem com excesso (136%), assédio moral (14%), discriminação (50), falsidade ideológica (200%), facilitação de fuga (300%), lesão corporal (13%), tortura (15%), entre outros. Você pode está lendo agora esse texto e imaginando “pobre policiais, não tem um salário digno, estão sobre pressão, são despreparados, então vamos para outro exemplo.
Existe alguma forma de se corromper na área da saúde? Pode um médico, mesmo sendo um profissional bem instruído e ganhando um bom salário, está sujeito a corrupção?
A saúde se tornou um negócio arquimilionário e os médicos continuam sendo os principais distribuidores dos produtos da indústria farmacêutica. À medida que aumentava o custo de desenvolvimento e comercialização dos medicamentos, os laboratórios intensificaram seus esforços para conquistar os médicos. Em outras palavras, a indústria farmacêutica oferece vantagens ao médico (viagens, bens materiais) para que este possa estar receitando o medicamento em questão. Quem nunca foi ao médico com dor de garganta e teve como receita um remédio de verme? Esta prática, no entanto, já tem atingindo até futuros médicos. E a corrupção já começa na própria universidade.
Vende-se diploma!
Vende-se carteira de habilitação!
Frisa-se pneu!
E mais uma leva de profissionais, do borracheiro ao concursado, estão de deliciando na corrupção.
Então, vamos para mais um exemplo. Ao longo de 2008, cresceu o número de denúncias enviadas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontando corrupção, desvios e ineficiência de juízes. Segundo reportagem de Carolina Brígido, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO, de janeiro a agosto, chegaram à corregedoria do CNJ 1.696 denúncias contra magistrados – uma média de 212 novos processos disciplinares por mês. De setembro a dezembro, foram 990 novas denúncias, o que aumentou a média mensal para 330.
Entre os novos casos, a maioria (441) reclamava de demora no julgamento de ações. Foram contabilizados ainda 267 pedidos de investigação contra juízes que teriam cometido atos de corrupção ou agido de forma incompatível com o cargo.
São pobres coitados? Têm baixos salários? E qual o motivo da corrupção?
O picolé de fruta era de essência.
O espetinho de carne bovina era de gato.
A construtora não tinha engenheiro.
A nota fiscal era falsa.
A cédula era falsa.
E mais uma leva de profissionais vão se prostituindo.
A notícia do jornal era aleivosia. A fofoca da revista era sem fundamento.
O prédio fora construído com areia da praia.
A agência de turismo não existe.
O buffet não chegou a festa.
O compositor teve sua letra roubada.
E, mais uma leva de atitudes perversas vai chegando ao nosso conhecimento diariamente. Da menor e menos lucrativa prática até as maiores e milionárias.
O professor barganhou sua ideologia. O aluno colou na prova.
Como assim? Ah, fala sério! E o que tem a ver cola com se corromper?
Vejam esta: nos países onde há mais corrupção, os alunos também "colam" mais.
Vivemos numa sociedade cada vez mais corrompida, onde o dinheiro tudo compra. Uma sociedade do consumo, o qual para ter dinheiro para se satisfazer tudo é possível.
A cultura do “dar-se um jeitinho brasileiro” nunca fora tão catastrófica.
Balança enganosa.
Propina.
Quebra de sigilo fiscal indevidamente.
Made in china
Made in “falsification”.
Made in Paraguai.
Desmonta-se no Paraguai
Desmonta minha honra.
Desmancha minha vergonha.
E o mercado vendeu mercadoria vencida.
E o bancário extraiu dinheiro da conta de clientes.
A prova do ENEM vazou.
O gabarito do concurso para juiz foi vendido.
Ou pior, o futuro juiz comprou o gabarito.
 Quem não se corrompeu, assim o fez por falta de oportunidade ou por certezas de seus princípios e ideologias?
Não tiremos os olhos dos políticos, mas repensemos as nossas práticas, para a busca de uma sociedade mais justa e menos corrupta. No qual possamos confiar uns nos outros, ajudar uns aos outros.
A corrupção começa na minha casa, e termina no Palácio do Planalto.

Jacques Manz








1 comentários:

Casillero del Kris disse...

Diria tratar-se de uma reflexão de caráter reflexivo-teórico. Onde a exposição de uma idéia se desmembra em argumentos, poderia contrariar, expositivo? argumentativo? Um traçado ideológico concreto, o seu pensamento, o pensamento de outrem, o comum. Entretanto, você argumenta, questiona, indica um posicionamento diferenciado, levando o leitor a sair do pensamento comum. Coeso, coerente...Perfeito 'brother'! Ter amigo 'téligente' eh foda..rs

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