quinta-feira, 29 de julho de 2010

Tentando não pensar...




Estou tentando não pensar! O planeta já está repleto de teorias. Filósofos, grandes pensadores, mentes brilhantes. A busca incansável do saber.  Não quero mais!
Conflitos epistemológicos tangenciam a evolução do conhecimento. A questão que inquieta é: Crescemos ou desenvolvemos? Ou ainda, o que é crescer ou desenvolver? Ou, que tipo de crescimento ou desenvolvimento satisfaria o homem em sua plenitude?
As divergências são gritantes, os teóricos se digladiam seus súditos eternizam o duelo, e o “neo” se transverte para (re) afirmar a genialidade de outrem.  Não estou satisfeito!
Amargo a decadência humana banhada a espumantes centenários e ideologias sutilmente e fatalmente persuasivas. O paradoxo intrigante me faz pensar em mudar de casa, mudar de país, mudar de planeta e buscar no “além” as respostas mais singelas e mais sábias. Sem palavras difíceis, sem cálculos astronômicos e sem construções faraônicas.
 Outro sistema econômico! Estou sufocado em meu consumo, ou pior, pela minha ausência de satisfação em consumir. Compre, vá, veja, troque, alugue. Chega de ordens! A modernidade ou quiçá a pós-modernidade alimenta uma tecnologia astuta e mais veloz que a luz. Mais veloz que meus pensamentos... Domina meus pensamentos.
Explicações que nada esclarecem, inferências que nada interferem, conclusões que nada concluem. Verdades de ontem, mentiras de hoje, um talvez de amanhã, e uma extinção para sempre.
 Caso seja eu mesmo constituído de corpo, alma e espírito algo está errado! As verdades da razão não aceitam o que há em mim de mais evoluído. E quanto mais me aproximo do “ser-capitalista” que foi inserido em mim com um chip ultra-mega-power com 4 Gb de memória e 500 de HD, hoje facilmente ultrapassado por uma nova configuração, mais me afasto do ser-humano que habitou em mim antes das revoluções, sejam estas de quaisquer espécies.
 Falar em paz é nadar no vácuo. Falar em amor é sensacionalismo. Falar no novo aparelho tecnológico é fascinante, faz brilhar meus olhos programados.
Chegamos tão longe! Uma viagem num poço profundo, quanto mais viajamos mais nos afundamos, mais longe estamos da luz e mais próximos estamos da lama. E mais difícil será o resgate com robôs supertreinados em salvar vidas. É o fim!
Estamos a cavar, desesperados, seja em busca de metais preciosos, seja em busca do ouro negro da discórdia, seja em busca da água final, seja em busca de soluções. Soluções? Mais teorias? Mais livros vendidos? Mais um “best seller” a engrandecer um gênio das letras e alimentar o gênio incontestável e perspicaz, o capitalismo.
O caos está instalado. O professor morreu de fome. E médico se enforcou, foi duro descobrir que não era o “deus”. O juiz ficou rico na corrupção e os políticos viraram estórias infantis como a do Pinóquio, sem o final feliz claro, e o mal governou o mundo.
As armas, as bombas, as ideologias tudo a mesma coisa. Explosões covardes e letais. Árvores artificiais, sorvete de essência, amor software, com manual em “mandarin”. 
Talvez uma saída da tecnologia! Uma máquina do tempo...
Quem saber reescrever a história ajustando os erros pudessem da conta do caos. Já estou a falar besteira, estou começando a pensar! E estou tentando não pensar! Pois este já desfigurou demais a espécie que quanto mais pensa, mais se autodestrói.

                                                                                Jacques Manz 






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