domingo, 8 de agosto de 2010

Decifro-te


Remo rumo ao nada
Tropeçando em meus pés descalços
Calejados de amor
Ferida que machuca, calos de dor.

Não me calo em pensamentos
Boca calada, sabor amargo
Do nada remo meu rumo
Mãos atadas, nó inoportuno.

Nós entrelaçados cegos
Cegos somos nós entrelaçados
Parei de seguir o caminho
Amarrado a ti definho.

Dissolvo-me como o sal na água
Dissolvo-me em lágrimas
Desfazendo-me como o cair do dia
Tudo escuro sou melancolia.

Melodia confusa
Surdo, a ninguém escuto
Nossa música parada
Não mais toca, arranhada...

A vida e a teia da aranha
Caído lá estou imóvel
Decifro-te e me devoras
Deixo-te, vou indo embora.

           Jacques Manz



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