sábado, 14 de agosto de 2010

O que poderia ter acontecido?


Hoje resta a ti a dúvida. Amarga-te a interrogação ou talvez pior, as reticências. As lembranças devem te beliscar todos os dias. Mas, o pior dos teus pensamentos arde na inquietude de saber como poderias estar agora se estivesses ao meu lado.
Lembra-te dos beijos? O meu beijo! O seu preferido, de movimentos de língua, no qual se percebia cada movimento. A sensação única do toque do meu nariz em seu rosto. Eu sentia o cheiro do rosto, o gosto da sua boca, da sua saliva. Sempre em movimentos delicados para perceber-lhe o cheiro, abrindo os olhos por segundos, pois adorava ver-lhe "adormecida" a beijar-me.
            E neste momento? Como se sente agora? Vejo-te perdida! Sinto-te em desordem consigo mesma, como se cada passo do seu caminhar não fosse mais sonhado, é árduo, é penoso.
            Falando em sonhos... Lembra-te deles? Todos os que arquitetamos? Todos os planos, as viagens... Horas e horas rindo abraçadas construindo uma vida feliz, um percurso invejável. Qual destes já era para termos cumprido?
            Ah! Agora olhas-me a mim. Contempla-me... Admira-te... Inveja-me... Tortura-te... Enlouqueça... SOFRA.
            Eu sim posso afirmar com eterna convicção que tenho um novo amor, um amor de verdade, um amor que me traz felicidade. Um amor e não um fardo. Tenho um lindo amor, que me leva as estrelas, que me faz sonhar de olhos abertos, que me faz realizar! Não somos meros planos e projetos. Somos realidade, somos prática, somo vidas que se completam, somos uma a extensão da outra.
            Como desejo-te o mesmo. Ah! Como queria ver nos seus olhos a verdade deste seu amor. Como gostaria de ver no seu sorriso sua plenitude, sua satisfação, assim como era em nosso tempo. Quem sabe este não está por aparecer-te?
            O livre arbítrio! Sim o temos. Mas, fizemos escolhas diferentes. E hoje colhemos os frutos de nossas escolhas. Os meus estão maduros, saborosos, sem nenhum agrotóxico. E os teus? De que tens se alimentado? Vejo-os em caixotes velhos, estão apodrecendo com moscas ao redor, com mau cheiro.
            Lembrarás de mim até a morte. Sonharás comigo, chamarás meu nome dormindo, gozarás achando que sou eu quem te toca. Da forma que você gosta de ser tocada.
            O que poderia ter acontecido?
Como estaríamos agora? Como estaríamos vivendo? Como? Como?
Isto verdadeiramente não me incomoda... Você estragou tudo! Você me perdeu para sempre.
Isso não representa-me NADA.

                                                                                Jacques Manz

1 comentários:

Isabelle Zaranza disse...

Amor, eu adorei o que escrevestes...Somos cruéis...
"Duas Pestes" (risosss)....

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